O dia, ah, o dia! Um dia é mais do que vinte quatro horas, é cada minuto, cada resplandecer da aurora, cada derrota e cada vitória. E as derrotas, estas parecem durar eternidades, as vitórias são fugazes, passam mais rápido do que delas nos damos conta. É a lei do tempo: o dia guarda pra si um tempo original, que é só dele, o tempo das rotações, das leituras atentas, daquele abraço que nos acalenta, das salas de esperas: pode sentar, diz a recepcionista. E sentamos e esperamos, um atendimento, um chamado, ao som da canção da moda, trocando um dedo de prosa, observando uma alma viçosa...até chegar a nossa hora..
O dia , como já disse, é mais do que vinte quatro horas, é o peixe que mexe no aquário, as rodadas de carteado, os minutos sérios, macambúzios, calados, o coser do velho bordado, das relações humanas, uma verdadeira colcha de retalhos, personalíssimos, fruto de momentos trabalhosos, indolentes ou simplesmente preguiçosos...o humano forja-se num dia mais do que num ano, pois cada dia explica um pouco de nós, dos nossos sonhos, dos nossos planos...Viajamos num dia muito além do que pensamos, pois nossos dias são pequenos instantes que tornam a vida suportável, o viver mais agradável e quando se esvai o último lapso de vaidade ( o dia é um império vaidoso ) vamos nós junto, com os olhos fechados e a alma serena para abraçar mais um dia...
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