As crianças brincam de escolinha.
Pegam papel, lápis, uma menina se finge de professora. Outros, sentadinhos no chão, são os aluninhos.
Quando dá, há uma lousa de brinquedo pendurada numa parede, num muro.
O giz, se não houver um de verdade, é substituido por outra coisa qualquer que deixe marcas no quadro. Um caquinho de telha, por exemplo.
As letrinhas toscas - às vezes imaginárias - vão se formando na lousa.
Há chamada oral. Afinal, as crianças já ouviram seus irmãos mais velhos ou seus pais falarem disso.
Há provas, exames, no meio do alarido característico, alegre, que brota dessas reuniões.
Daí, alguém se lembra que já é hora do recreio, de experimentarem o lanche que trouxeram da cozinha mais próxima.
E o bate-papo de repente se desliga do tema "escola" e invade as lembranças recém-vividas e as sensações recém-descobertas.
Às vezes se esquecem de voltar para a "aula". No papo do recreio descobriram outros interesses e vão atrás deles.
Uma época de abertura, de aprendizado, de brincar de imitar irmãos, pais, adultos, nas atividades que elas, crianças, acham mais interessantes.
Eu brinquei assim pouco antes de "enfrentar" a escola real. De horários e obrigações. De descobertas e "maravilhamentos".
Em termos. Se cada um de nós, estudantes ou educadores, pais ou professores, fizermos nossa parte e pudermos estender nossas vontades, nosso auxílio, para um número de crianças que possamos atender, estaremos semeando esperança, possibilidades e realizações.
Não fizeram isso conosco?
Por: Mauricio de Souza
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